Foi uma experiência incrível ter participado de um campeonato ao lado dos amigos Juruna e Bruno, especialmente à luz de meu resultado final - que eu sequer imaginava conseguir: terceiro lugar, com direito a troféu e boa recompensa em dinheiro.
Nosso modesto joguinho caseiro, especialmente o torneio q organizei por meses em casa, me preparou bem para a mecânica de campeonato (curiosamente, tb terminei em terceiro, lembram?). Mas nenhuma partida online ou entre amigos em casa se compara à dinâmica matadora de um campeonato para valer, cheio de desconhecidos à mesa, com estilos e personalidades diferentes daquelas do "joguinho de comadre". É uma maratona de tensão, auto-controle, disciplina, gerenciamento de fichas e posições na tabela; enfim, não é para os fracos, com certeza.
Confesso que a primeira mão em que apostei (e ganhei) eu tive que exercer tremendo controle diante do nervosismo e pressão - minha mesa inicial só tinha gente altamente rankeada no circuito e a campeã do último torneio High Rollers, realizado três dias antes. Ao menos eram semi-pros, e não amadores loucos difíceis de ler, que vão em qualquer mão.
Comecei com 2.500 em fichas. Antes da pausa para almoço, estava em 4o na mesa com 4.100. Depois do almoço, todo mundo comprou mais 3.000 em fichas e tive que fazê-lo também para não ficar para trás. Quando fui remanejado de minha mesa, já estava com 27.100 fichas. Na segunda mesa, minha estratégia tight fez que com que blinds altos erodissem minha pilha para umas 13.000, mas eis que mãos bem ganhas, eliminando jogadores, me deixaram com 47.600 fichas, assim garantindo minha vaga na mesa final, onde cheguei em terceiro lugar em quantidade de fichas (atrás de stacks de 116.000 e 78.000). Acabei mesmo em terceiro, apesar de ter chegado perto do heads-up quando o segundo lugar em fichas quase foi eliminado pelo chip leader - minha estratégia realmente foi de sobrevivência e deixar os fracos caírem e os fortes se enfrentarem para eu galgar posições e não arriscar meu chip stack.
Momentos de maior emoção:
- ter eliminado a ganhadora do High Rollers
- ter tirado dois jogadores simultaneamente mesmo tendo começado dominado contra ambos
- ter pago um all in, mesmo dominado, e flopar uma seqüência que mandou o sujeito para o abismo
- o momento em que o Juruna, lá de longe, me anunciou como chip leader (momentâneo) do campeonato
- as palmas para cada vez q eu ganhava pilhas e pilhas de fichas
- o apelido de Darth Vader, por causa de meu patuá - sim, levei um boneco do Vader para servir como apoio de cartas e virou a sensação da mesa
- a torcida de Bruno e Juruna, já eliminados, para minha performance na mesa final
Enfim, foi uma experiência inesquecível. Agora entendo o que é ganhar um troféu, salvas de palmas diante de uma performance, o respeito adquirido pelos competidores (que me viam como amador desconhecido). Ainda estou vivendo essa emoção enquanto bato essas linhas.
Fiquei com pena de minha namorada não ter podido ir (ela estava trabalhando, mas eu mandava updades - com a ajuda valiosa do Bruno - de meu avanço no campeonado) e dos demais amigos do GPT não terem estado lá.
Minha presença está garantida nos próximos campeonatos. E rumo a Las Vegas!
Gameland 
